Como reduzir tamanho de arquivo de vídeo sem perder qualidade

Quando sua edição está finalmente completa e você está pronto para compartilhar seu trabalho on-line, a última coisa que deseja é esperar horas para carregar o arquivo. Mas, muitas vezes, a opção de exportação padrão do seu software de edição de vídeo deixa você com um arquivo enorme que leva uma eternidade para ser publicado em plataformas de compartilhamento de vídeo.

A boa notícia é que é possível reduzir drasticamente o tamanho do seu vídeo e tempo de carregamento sem perder nenhuma qualidade perceptível no vídeo. Este processo é chamado de compressão. Neste artigo, você aprenderá:

• O que é compressão de vídeo
• Terminologia relevante
• Seis dicas para compactar vídeo
• Fluxos de trabalho de compressão nos principais softwares de edição

O que é compressão?

Compressão de vídeo é um processo que reduz o tamanho do arquivo de vídeo ou transmissão enquanto busca preservar ao máximo a qualidade original de imagem e som. Tal resultado é alcançado eliminando dados redundantes e não essenciais do arquivo de vídeo.

Alguns termos importantes

Antes de mergulhar nas explicações técnicas, devemos primeiro compreender alguns termos importantes que ajudarão a entendê-las:

Codificação

A codificação é o nome dado ao processo de transformar um arquivo de um formato em outro (a compressão envolve a codificação para reduzir o tamanho do arquivo de vídeo). Os 2 componentes que são ajustados no processo de codificação são codecs e contêineres.

Codec

Um codec (fusão das palavras codificador e decodificador) é um software que permite a conversão de arquivos. Alguns exemplos populares de codec incluem H.264, ProRes 422 e ProRes 422 HQ.

Contêiner

Um contêiner é como uma embalagem (ou um envelope) no qual o vídeo final é apresentado. Contêineres populares incluem MP4, MOV e AVI.

Taxa de bits

Ao falar sobre compressão, é essencial compreender o papel da taxa de bits. A taxa de bits (também conhecida como fluxo de bits) refere-se à quantidade de dados em cada segundo de vídeo, normalmente medida em megabits por segundo (Mbps). Como você pode imaginar, a taxa de bits do vídeo impacta significativamente o tamanho do arquivo, pois determina as informações contidas no vídeo. No entanto, também impacta significativamente a qualidade, como vamos ver mais adiante.

Dicas para comprimir seus vídeos

Antes de continuar o seu processo de trabalho de compressão, há algumas dicas a serem consideradas para ajudar a garantir os melhores resultados.

1. Grave o material com o codec e o contêiner mais altos possíveis

O objetivo da compressão é gerenciar o tamanho do seu vídeo final sem impactar a qualidade. Porém, não recomendamos gravar em um formato comprimido, pois isso limitará a qualidade do seu vídeo.

Além disso, como a eficiência da sua NLE (non-linear editing, ou edição não linear) depende mais do tipo de codec do que do tamanho do arquivo, gravar em formatos comprimidos não ajudará necessariamente a editar mais rápido. Por exemplo, o RAW (um formato muito descomprimido) edita mais rápido na maioria das NLEs do que o H.265 (um formato comprimido), mesmo que seu tamanho de arquivo seja significativamente maior. Você pode aprender mais sobre isso no nosso artigo sobre formatos de vídeo.

2. Escolha o formato H.265 para carregar on-line

Por muito anos, o codec H.264 foi considerado a melhor opção para carregar em plataformas como YouTube e Facebook. Esse formato ainda é uma ótima escolha, pois é bem otimizado para maximizar a qualidade enquanto minimiza o tamanho do arquivo, o que é crucial para reduzir a velocidade de upload e permitir uma transmissão suave.

No entanto, o H.265 (um codec mais recente) está ganhando popularidade entre os profissionais por ser mais rápido e usar menos espaço de armazenamento. Ao mesmo tempo, computadores mais rápidos que conseguem lidar com a edição de H.265 estão se tornando mais acessíveis e comuns. O H.265 está rapidamente se tornando o novo codec padrão. Se seu computador dá conta dele, é a melhor escolha.

3. Priorize a taxa de bits em relação à resolução

Se você gravar seus vídeos em resolução 4K ou mais, fazer o upload do produto final em uma qualidade inferior pode ser frustrante. A verdade é que, quando se trata de qualidade de vídeo, é a sua taxa de bits que provavelmente fará a diferença mais significativa.

Primeiro, considere que a maioria das telas (computadores, notebooks, TVs, celulares), mesmo nos dias de hoje, ainda opera em 1080p. Portanto, a maioria dos espectadores na maioria dos dispositivos não conseguirá visualizar seu vídeo em resolução 4K. Em segundo lugar, devido a um conceito chamado “acuidade visual’, que se refere ao limite da visão humana para reconhecer a diferença entre dois pontos (neste caso, pixels), você pode não conseguir perceber a diferença mesmo em uma tela 4K. O fotógrafo Paul Maguire calculou que, para nossos olhos reconhecerem a vantagem do 4K em relação ao 1080p, seria preciso estar a menos de 1,2 metros (cerca de 4 pés) de distância de uma tela de 32 polegadas.

A taxa de bits, por outro lado, refere-se à quantidade de informações contidas em cada pixel. Se houver uma grande interferência, poderá ser percebida uma diferença significativa na qualidade. No exemplo abaixo, ambas as versões do clipe foram comprimidas de 4K para 1080p, mas uma foi exportada com uma taxa de bits alta e a outra com uma taxa de bits baixa. A diferença na qualidade é especialmente perceptível nas faixas de cor, onde a versão com a taxa de bits mais baixa tem dificuldade em fornecer uma transição graduada de cor/luminosidade, mesmo que ambos os clipes tenham o mesmo número de pixels.

4. Se possível, escolha uma taxa de bits variável

Escolher uma taxa de bits variável permite que você reduza a taxa de bits nas partes do seu vídeo onde uma diferença de qualidade não será percebida (por exemplo, uma tela preta ou cenas com menos detalhes e movimento), mas aumente-a para o nível recomendado nas partes onde a qualidade será notada. O resultado é um arquivo de tamanho menor, sem diferença perceptível entre ele e uma versão com alta taxa de bits.

5. Taxas de quadros mais elevadas precisam de taxas de bits mais altas

Outra dica a ter em mente em relação às taxas de bits é que, para manter uma qualidade razoável, vídeos com taxas de quadros mais altas exigem uma taxa de bits maior. Como a taxa de bits é medida pela quantidade de dados disponíveis por segundo de vídeo (medida em megabytes por segundo/Mbps), ter mais quadros significa que os Mbps são divididos mais vezes, fornecendo, portanto, menos dados a cada quadro individual.

6. O contêiner MP4 é o mais amplamente aceito on-line

Voltando aos codecs e contêineres, o melhor contêiner a ser usado na maioria das situações será o .mp4, em vez de .mov ou outros. A principal diferença entre os dois é que o MP4 é um padrão internacional, enquanto o MOV é tecnicamente um formato próprio da Apple, inicialmente projetado para uso com o QuickTime. Embora o YouTube e outras plataformas geralmente aceitem ambos os formatos, eles recomendam o MP4.

Como compactar seus vídeos

Examinamos o que a compressão significa e algumas dicas a serem consideradas ao compactar arquivos de vídeo. Agora é hora de analisar os formatos de compressão mais adequados para você e para as suas necessidades nas principais plataformas de vídeo.

Note que os passos abaixo pressupõem uma resolução mínima desejada de pelo menos 720p, uma taxa de quadros de 24 a 30fps, um codec H.264 e um contêiner MP4. Reiterando, o H.265 é a opção recomendada, desde que seu computador seja compatível.

Se a taxa de quadros do seu vídeo for superior a 30 fps, uma boa regra geral é esperar um aumento de 50% na taxa de bits ideal. Assim, 1080p a 24fps deve ser 8 Mbps, e 1080p a 60fps seria 12 Mbps.

Abaixo está uma tabela com a melhor resolução e taxa de bits para cada plataforma de vídeo e guias individuais sobre como comprimir seus vídeos usando várias NLEs e transcodificadores. Você pode adaptar cada guia de acordo com esta tabela e as propriedades do seu próprio vídeo. Você também encontrará vídeos breves que descrevem o processo de compressão de cada caso.

Como compactar vídeo no Premiere Pro

1. Clique em File (Arquivo) > Export (Exportar) > Media (Mídia).
2. No menu suspenso de Formato, selecione H.265.
3. Clique em Preset (Predefinição) e, no menu suspenso, selecione High Quality (Alta Qualidade), seguido pela resolução desejada.
4. Na aba de Vídeo abaixo, que deve estar selecionada por padrão, role para baixo até as configurações de taxa de bits e certifique-se de que VBR 1 Pass esteja selecionado.
5. Configure sua taxa de bits seguindo o guia acima (pelo menos 8 Mbps para vídeos em 1080p).
6. Clique em Export (Exportar).

Como compactar vídeo no Final Cut Pro

1. Clique em File (Arquivo) > Share (Compartilhar) > Export File (Exportar arquivo).
2. Clique no painel Setting (Configuração).
3. Nas opções suspensas em Format (Formato), selecione Computer (Computador).
4. Nas opções de Video Codec (Codec de vídeo), selecione H.265 Better Quality (Qualidade Melhor).
5. Confirme a resolução escolhida.
6. Clique em Next (Próximo), nomeie seu arquivo e clique em Save (Salvar).

Como compactar vídeo no DaVinci Resolve/Studio

1. Abra a página Deliver (Entrega).
2. Nas opções suspensas em Format (Formato), selecione MP4.
3. Em Codec, selecione H.265.
4. Confirme a resolução.
5. Clique em Add to Render Queue (Inserir na fila de renderização).
6. Clique em Render All (Renderizar tudo)

Como compactar vídeo no VLC

1. Clique em File (Arquivo) > Convert/Stream (Converter/Transmitir).
2. Clique em Open Media (Abrir mídia) e selecione o arquivo de vídeo para compressão.
3. Abaixo de Choose Profile (Escolher perfil), selecione Video – H.264 + MP3 (MP4), depois clique em Customize (Personalizar)
4. Certifique-se de que MP4/MOV esteja marcado e abra o painel Video Codec.
5. No VLC, a taxa de bits é medida em Kbps em vez de Mbps, então converta a tabela acima para Kbps (por exemplo, 8 Mbps = 8000 Kbps)
6. Digite a resolução desejada nas caixas de largura e altura (1920 x 1080 é Full HD) e clique em Apply/Aplicar (as outras configurações serão detectadas automaticamente no arquivo de vídeo).
7. Clique em Apply (Aplicar), depois escolha o destino e nomeie seu arquivo.
8. Clique em Save (Salvar).

Concluindo

Graças às maravilhas da compressão, agora você provavelmente terá uma experiência mais tranquila ao fazer o upload dos seus arquivos. Lembre-se de que este guia é voltado para a compressão com destino a plataformas on-line. No entanto, ainda é útil manter versões menos comprimidas dos seus vídeos finais para exibição em telas maiores ou para edições futuras.